A reserva de desenvolvimento sustentável Mamirauá: a sustentabilidade em suspenso
Résumé
Apresentação da área de estudo ▪ Histórico do sítio e conclusões do projeto DURAMAZ 1 A origem da criação da RDS Mamirauá nasceu do encontro de interesses entre diferentes atores (LE TOURNEAU; KOHLER, 2011). De um lado, defensores de primatas e, do outro, defensores de "lagos". Entre os primeiros, encontra-se o primatólogo José Márcio Ayres que, no início da década de 1980, queria obter a criação de uma área protegida para preservar a várzea situada na confluência dos rios Solimões e Japurá, notadamente por ter observado a presença do Uacari-branco (Cacajao calvus calvus), espécie de primata ameaçada de extinção (QUEIROZ, 2005). Os segundos, referem-se aos ribeirinhos que, na mesma época, lutavam para a proteção de recursos pesqueiros com a ajuda da CPT. Eles se organizaram, entre outros motivos, para controlar o acesso de pessoas externas às comunidades, o que incluía as embarcações de pesca comercial aos "lagos", corpos d'água que ficam isolados durante a estação seca e servem de fonte de redistribuição da fauna aquática na enchente. Em 1986, uma primeira área protegida foi delimitada, com os status de ESEC, o que não satisfazia os ribeirinhos por proibir a presença humana permanente e o uso de recursos naturais. Consequentemente, nos primeiros anos da década de 1990, os ambientalistas começaram a pensar em um modelo de proteção diferente, almejando ser compatível com o modo de vida ribeirinho e integrar os comunitários ao esforço de conservação. Os ribeirinhos aderiram logo a essa proposta, vendo a possibilidade de dar uma
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